Férias! Sinônimo de descanso e bagunça para as crianças, e para nós pais, mães e cuidadores, significado de planejamento, para poder equilibrar as tarefas do cotidiano e ter crianças em casa em tempo integral por 30 dias. E é justamente durante este período que os hábitos estabelecidos pela rotina escolar são interrompidos, pelo menos por um tempo…
É claro que nas férias as crianças tendem a dormir mais tarde, almoçar e jantar algumas novidades, abusar dos lanchinhos fora de hora e avançar naquelas guloseimas que só encontram na casa da vovó. Mas é preciso ficar atento, pois este momento relax das férias não deve fazer com que se abra mão de tudo o que se construiu ao longo dos meses em se tratando de alimentação saudável, horários e limites.
Ninguém aqui está dizendo para você fechar seu filho em uma jaula, nem agir como uma bruxa, mas é importante que durante o período de férias escolares tudo seja dosado com muito bom-senso e sensibilidade, porque no final de um mês você poderá ter jogado fora todo o investimento anteriormente feito com uma rotina saudável para seus pequenos. Dr. Aranha, Pediatra e Médico da Família e consultor deste blog, sempre diz: “É preciso algumas semanas ou meses para estabelecer um hábito, mas levamos apenas alguns dias para perdê-lo”.
Então como deixar a criançada curtir as férias sem se tornar uma vilã ou um vilão nem deixar a situação sair de controle, de modo que fique quase impossível voltar à rotina? Aqui vão algumas dicas do Blog NutriFilhos:
Quando o assunto é visitas a parentes e amigos, ainda hoje muitas pessoas acreditam que a melhor coisa para agradar a uma criança é um doce. Balas, pirulitos e aquele ovos de chocolate com brinquedos dentro são os campeões de audiência. É claro que tudo isso faz parte da infância, mas é aí que entra o bom-senso dos adultos. Por motivos de etiqueta, jamais devemos ser indelicados com quem preparou a surpresa, mas também é uma questão de ética e de responsabilidade pedir permissão aos pais e verificar se a criança tem algum tipo de restrição alimentar. Agir desta forma não somente evita acidentes, mas é também um modo de respeitar as escolhas que os pais fazem para seus filhos.
Se a criança for bem pequena, de 0 a 24 meses, e você estiver recebendo as visitas em casa, saiba que é tarefa dos pais pensar nas refeições de seus pequenos nesta fase. Até os 6 meses a grande maioria das crianças se alimenta exclusivamente de leite materno ou de leite substituto. No caso das crianças na fase das papinhas, de 6 a 24 meses, os pais não devem ter vergonha alguma de tirar da bolsa térmica uma marmitinha de almoço, jantar ou lanche para o seu bebê, onde quer que esteja, seja na casa de amigos, restaurantes ou hotéis. O anfitrião ou o estabelecimento nem sempre estão preparados para atender as necessidades do seu filho ou filha nesta idade, então planeje e prepare-se para a sua saída –carregue consigo o que for preciso, para manter a tranquilidade e evitar constrangimentos.
Se a criança tiver entre 2 e 5 anos, você pode dar ao seu filho o que achar adequado dentro do cardápio oferecido ou já sair de casa com o filhote bem alimentado de sua refeição de costume, deixando assim que ele se jogue na sobremesa ou exagere um pouco mais nos doces.
Crianças maiores de 5 anos, e que já possuem um entendimento um pouco melhor das situações, devem ser estimuladas a experimentar e tentar apreciar o que quer que seja servido, afinal tudo o que um anfitrião oferece em sua casa é certamente o melhor que ele pôde fazer, e gratidão se aprende desde cedo. Desde bem pequenos, é bom instituir com seus filhos a regra de que doces e guloseimas vêm sempre depois da refeição principal, então vale o combinado, mesmo fora da rotina –sendo consistente, a criança sempre saberá o que você espera dela.
O equilíbrio entre comer por Nutrição X por Diversão
Nosso consultor e Odontopediatra Dr. Alexandre Rabboni costuma dizer que é preciso fazer uma constante avaliação da conduta alimentar de uma criança, considerando e analisando o que se comeu hoje, ontem, anteontem nas refeições principais. “O resultado desse raio-X deve mostrar que pelo menos 80% das refeições foram de categoria ouro. Atingido este número, com certeza você pode permitir que seu filho cometa alguns ‘deslizes’ e tenha algumas vontades satisfeitas, sem colocar em risco sua saúde e os hábitos criados até aqui.” diz Alexandre.
“Agora, se depois dessa análise você concluir que apenas 30% ou 40% da rotina alimentar do seu filho pode ser considerada ouro, é preciso puxar o freio de mão, reavaliar as escolhas e evitar deslizes, para que o que deve ser exceção não se faça regra e dê origem a problemas de saúde, como por exemplo questões de desenvolvimento dentário”, explica.
Lembre-se que em passeios ou viagens é sempre bom ter à mão garrafas de água mineral fresquinhas, as melhores aliadas para matar sedes repentinas, já que sucos açucarados e refrigerantes, além de não matarem a sede, entopem o organismo de ingredientes vazios, atrapalhando até mesmo as refeições seguintes.
Vai receber a criançada na sua casa? Deixe sempre garrafinhas de água e copinhos de plástico próximos a elas, para que possam se servir quando sentirem sede. Como acompanhamento de um lanche, ao invés de água você pode oferecer um suco caseiro de melancia ou melão batido no liquidificador com água de coco e gengibre, bastante saudável e de fácil aceitação pelos baixinhos, por ser bem docinho, além de ser muito econômico –com a quantia suficiente para comprar 3 sucos de caixinha, você compra um melão ou uma melancia inteiros, que rendem mais de 2 litros de suco.