"Salvo os orgânicos, hoje não há no mercado opções de leite de vaca, que não contenham antibióticos e hormônios."
Alimentos & Compras

Mitos e Verdades sobre o Leite Animal!

13 de nov, 2015 - Postado por Juliana Avella

Desde que nascemos principalmente no Brasil, América do Norte e Europa, desenvolvemos um costume de tomar leite animal, (depois do leite materno, claro!), que pode vir em fórmulas, em pó, fresco, Tipo A, B, C e Longa Vida, algumas vezes por dia, todos os dias…

Porém, alguns estudos e experiências vem nos mostrando nos último anos, que o leite animal, especialmente o leite da vaca, está cada vez mais contra-indicado para crianças e também adultos. Vamos entender o por que?

Os humanos são os únicos animais do mundo, que consomem leite de outra espécie que não a sua, após o período adequado.

Nosso consultor Dr. Alexandre Rabboni, odontopediatra da Clínica Tobias de São Paulo costuma dizer que: “O leite de vaca foi feito para o bezerro tomar e se beneficiar dele, assim como o leite humano para um bebê, por isso não há uma explicação plausível, que nos convença que ele deva ser mantido na dieta de uma criança, após o desmame adequado.”

leite_tipos

Sendo assim, o leite acabou se transformando mais do que um alimento para nutrir, mas em um costume, também relacionado, a comodidade de muitas famílias. Beber leite ao acordar e antes de dormir transformou-se em um ritual, sem conhecer exatamente se este ato é benéfico ou não, para o desenvolvimento da criança.

Você já leu o rótulo da embalagem do leite que você dá para o seu filho? Vai lá, leia que eu te espero!

Acredite. É assustador se você parar e pensar, que quando prepara uma fórmula, um preparado de leite em pó ou oferece um copo de leite longa vida ao seu filho, o que você menos está oferecendo a ele é: Leite!

 

leite-de-vaca

Aproximadamente 6% das crianças têm sintomas de alergia ao leite de vaca, que podem caracterizar-se por distúrbios digestivos, corrimento nasal, otites, erupções cutâneas, entre outras alergias. A caseína alfa-S1, proteína encontrada em grandes quantidades no leite de vaca, é a grande responsável por esse tipo de reação alérgica. (fonte: livro – A criação da Cabra & da Ovelha no Brasil, – Agropecuária Tropical, 2004)

Hoje, os rebanhos são criados confinados com hormônios de crescimento, antibióticos e alimentados com ração de grãos transgênicos e capim plantado com agrotóxico. A era do pastoril acabou na década de 50. Para que uma vaca produza leite, ela deve estar grávida (prenha) ou ter acabado de dar à luz ao seu bezerrinho, por isso reflita comigo:

  • Como uma vaca consegue engravidar tantas vezes, à ponto de produzir leite o ano todo? De forma natural? Impossível!
  • Se o leite vai direto para o processo de industrialização para atender a demanda,  até chegar à sua mesa, como se alimentam estes bezerrinhos? Aonde eles foram parar?

mastite-bovina

Este não é um post CONTRA o leite. Sabemos que um leite, orgânico e sem aditivos, possui  muitas propriedades nutricionais, mas queremos fazer um convite a reflexão:  Porquê ingerimos tanto? Muitas famílias o fazem até 2 vezes ao dia, 365 dias por ano. De onde vem tanta oferta? Qual sua qualidade?

O Dr. Aranha, médico pediatra com ampliação na Antroposofia e também consultor do blog, nos explica neste vídeo, algumas razões para a suspensão do leite de vaca da dieta da criança o quanto antes, desde claro,  no tempo adequado e com aconselhamento profissional.

Vejam alguns diferenciais do leite de cabra segundo o livro – A criação da Cabra & da Ovelha no Brasil, – Agropecuária Tropical, 2004 :

  • As partículas de gordura do leite de cabra são de tamanho reduzido em relação ao leite de vaca. Com isso, o leite é rapidamente absorvido, em cerca de 40 minutos, enquanto o leite de vaca demora, em média,  2 horas, deixando menos resíduos no intestino, evitando assim fermentação, formação de gases, má digestão, constipação.
  • O leite de cabra possui 130mg de cálcio para cada 100ml de leite, ou seja, 20% mais do que o leite de vaca.
  • Este leite está relacionado também com o controle da asma, garantem pediatras de todo o mundo.

Desde a década de 60, é crescente a atenção às reações indesejadas desencadeadas na saúde humana em virtude do consumo do leite e seus derivados (queijos, manteiga, etc).

A busca ou introdução de outras formas proteicas de origem vegetal na dieta, como castanhas, nozes e as folhas verdes como couve e espinafre, além do feijão branco e do gergelim,  tem sido incentivada, sobretudo em razão de sensibilidades, alergias e intolerância à lactose, espécie de açúcar presente no leite, cuja digestão é prejudicada ou dificultada para o organismo humano. 

 

O fato de o ser humano ser o único animal que continua a tomar leite (de outras espécies) que não o materno, na fase adulta, é objeto de estudos que condenam essa prática e associam-na às epidemias de infarto (calcificação), osteoporose e vários tipos de câncer (mama, ovário, próstata); inúmeras alergias são cientificamente comprovadas à ingestão de leite e derivados: otite, dermatite, rinite, sinusite, bronquite asmática, amigdalite, obesidade, aumento da resistência à insulina, aumento na formação de muco, gastrite, enterocolite, esofagite, refluxo, obstipação intestina, enumeres, enxaqueca, fadigas inexplicáveis, artrite reumatoide, falta de concentração, hiperatividade (ADHD), dislexia, ansiedade e até mesmo depressão.

Países onde há alto consumo de leite e derivados (America do Norte, Brasil, Europa) apresentam altas taxas dessas doenças, e países (asiáticos) com baixo consumo de produtos lácteos tem baixos índices dessas doenças. (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Leite)

mamadeira

Segundo o Dr. Dráuzio Varela:  “Quando a criança toma mamadeira, parece que fica mais tempo sem fome e dorme mais. Isso acontece porque a digestibilidade do leite de vaca, cujas moléculas são maiores, é muito lenta e provoca uma sobrecarga nos rins. A criança se sente como o adulto que comeu uma feijoada: de estômago cheio e sonolenta, largada. As mães não costumam estabelecer essa relação e julgam que seu leite está fraco. Ao contrário do leite de vaca, que é inerte, o leite humano é composto por células vivas que transferem para o bebê a imunidade materna aos agentes infecciosos.”

Contudo, temos que, o leite materno é o melhor e único alimento completo e indicado para os bebês humanos, sendo assim, apoie, dedique-se, busque auxílio, mas não desista de amamentar.

Depois disso, pense no caso de complementar a dieta do seu filho, com fontes de cálcio, ferro e proteínas provenientes também, de outros alimentos que a natureza pode nos dar, sem sobrecarregar o organismo da criança, sem arriscar seu futuro saudável e preservando os animais e o meio ambiente.

Em entrevista ao Portal ANDA, o nutricionista especializado em alimentação vegana e diretor da NutriVeg Consultoria em Nutrição Vegetariana, George Guimarães (CRN-37708) explica que: “A princípio, leites vegetais podem ser produzidos a partir de qualquer cereal, leguminosa ou oleaginosa. O processo é basicamente o mesmo: deixar de molho – ou cozinhar, no caso das leguminosas -, bater e coar”

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Assim, na lista citada pelo profissional estão cereais como: trigo, aveia, centeio e arroz. Já as leguminosas são grãos produzidos em vagens: feijões, lentilha, grão-de-bico, soja, ervilha, fava e amendoim. Por fim, as oleaginosas incluem sementes como gergelim e frutas como coco, castanhade caju, do Pará, noz e amêndoa, entre outras.

A indústria alimentícia de orgânicos, já nos dá algumas opções portas no mercado. Como por exemplo, as marcas Jasmine e Isota Bio.

A Tabela nutricional abaixo desenvolvida pela TACO – Unifesp, mostra algumas informações importantes de nutrientes que podemos adquirir através de 100g de cada ingrediente para os leites vegetais.

Composição em 100g do produto. Fonte: TACO e Tabela de Composição de Alimentos Unifesp

Composição em 100g do produto.
Fonte: TACO e Tabela de Composição de Alimentos Unifesp

Observe também, que só as folhas e flores da abóbora, possuem 4 vezes mais cálcio do que a mesma quantidade de leite de vaca.  E o país com a menor taxa de osteoporose do mundo é o Japão, onde não há vacas e cultura de consumo de lácteos.

Vale pensar bem antes de continuar com este ritual perigoso aí na sua casa, concorda? Vamos variar a sua dieta e a do seu filhote?

Conte para a nós!

13 de nov, 2015
8 Comentários
8 Comentários em "Mitos e Verdades sobre o Leite Animal!"
  1. Iara Souza   15 de nov, 2015 - 07:56

    Olá, Bom dia! Eu acompanho o blog e adoro as informações que são divulgadas por aqui.
    Gostei muito da matéria sobre os perigos do leite de origem animal.
    Costumamos utilizar com a nossa bebe, além do leite de aveia, leite de arroz também, porém esse ingrediente não está nessa tabela citada no texto. Gostaria de saber se existe alguma informação sobre o consumo desse leite, alguma contraindicação ou orientação. Muito Obrigada!

    • Juliana Avella   16 de nov, 2015 - 08:58

      Olá Iara, bom dia.
      Que bom que tem acompanhado nosso blog e gostado das informações que aqui encontra. Fico feliz e grata com sua participação.
      Quanto a sua dúvida, acabei não entrando em detalhes sobre todos os leites vegetais para não ficar muito extenso, então buscamos informar nesta tabela bacana realizada pela Unifesp, alguns dados nutricionais importantes em relação aos níveis de proteínas, ferro e cálcio, encontrados em alimentos de origem vegetal, se comparados ao leite de vaca, que muitas vezes é ofertado à criança, devido a crença de ser a única fonte completa destes nutrientes.
      O Leite de arroz con­tém mais car­boidratos do que o leite de vaca. No entanto, ao con­trário do leite de vaca, o leite de arroz não con­tém lac­tose nem coles­terol. Isto o torna mais saudável para o coração, bem como seguro para aque­les que são intol­er­antes à lactose.
      O Leite de arroz não con­tém tanto cál­cio ou pro­teína como o leite de vaca. Sendo assim, aque­les que usam leite de arroz como um sub­sti­tuto do leite deve plane­jar incluir mais pro­teína em sua dieta por out­ros meios. A maio­ria das mar­cas com­er­ci­ais de leite de arroz, no entanto, são enrique­ci­das com cál­cio, Vitamina A, Vitamina D e ferro. É por isso que uma porção de leite de arroz for­ti­fi­cado fornece a mesma quan­ti­dade de cál­cio como uma porção de leite de vaca.
      Se você estiver preparando o leite de arroz em casa, prefira utilizar o arroz integral, garantindo mais nutrientes e variar sempre com outras fontes naturais e vegetais de proteína e cálcio.
      Um beijo muito carinhoso!

  2. Ligia   29 de nov, 2015 - 14:13

    Oi Juliana!!!!tudo bem????
    Será que eu posso dar a minha filha de 1 ano e 2 meses o leite de amêndoas pronto? Por exemplo o isola bio que é orgânico? Mas fico preocupada com açúcares e conservantes! Eu estava fazendo eu mesma mas ela não estava aceitando. O que vc acha? Está tão difícil desmamar minha filha, quando penso que estamos progredindo vem semanas que ela passa as madrugadas inteiras só mamando. Eu não queria dar nenhum leite animal, mas estou pensando em dar o leite de cabra talvez para ajudar no processo. Você sabe se tem algum leite de cabra organico no mercado? Obrigada Ju! Beijos

    • Juliana Avella   02 de dez, 2015 - 20:36

      Olá Ligia, tudo bem?
      Entendo sua aflição, mas antes de tudo, gostaria de sugerir que converse com seu pediatra, pois somente ele lhe dirá ao certo se sua filhota está preparada e você segura para o desmame. Em um quadro geral, com esta idade, um desenvolvimento saudável, com peso e altura seguindo bem e uma boa alimentação complementar, o desmame já pode ser um caminho e como o vídeo do Dr. Aranha nos conta, o leite de cabra é o mais aconselhável. Procure algum fornecedor que tenha leite de cabra fresco, com garantia de segurança, senão tente o Caprilat em pó. No meu caso funcionou bastante, pois eu ia dosando a quantidade de pó em proporção a água que mais adequava ao paladar do meu filho. Comigo deu super certo! Boa sorte e estaremos aqui sempre, para o que precisar! Um beijo muito carinhoso!!

  3. Carla Silva   07 de abr, 2016 - 18:42

    Olá… que site mais lindo!!!
    Meu filho tem 11 anos e está se tornando vegano…
    A maior dificuldade está sendo um leite vegetal saboroso para colocar achocolatado! Você teria alguma sugestão? Fiz alguns vegetais mas não ficaram legais…
    Muito obrigada e parabéns por todas as informações! Amei o site e já está na lista dos favoritos! Namastê!

    • Juliana Avella   11 de abr, 2016 - 15:05

      Olá Carla, que linda mensagem, agradeço de todo o coração!! De onde você escreve? Como conheceu meu blog? É para mamães como você, que meu trabalho vale à pena!
      Quanto a sua dúvida, entendo perfeitamente que a alteração do paladar nesta idade, seja mais trabalhosa, não tenho nenhuma dica pessoal mais abrangente, o que sugiro é buscar substituir gradualmente este “costume” do leite com achocolatado com outras opções saborosas e nutritivas como vitaminas de frutas com leite vegetal ou iogurte de soja orgânico, mix de frutas, sucos verdes, etc. Se seu filho estiver também interessado nesta nova conduta, converse com ele e leve-o contigo para a cozinha convidando-o a participar do processo e descobrir novos sabores. Boa sorte e desejo-lhe tudo mais colorido neste mundo!

  4. Camila   02 de out, 2016 - 22:57

    Ola ,gostaria de saber se depois q meu BB sair do peito como devo escolher o leite dele e a quantidade de ml a dar obrigada

    • Juliana Avella   03 de out, 2016 - 00:07

      Olá Camila, agradecemos seu contato mas certamente a Pessoa mais indicada para lhe orientar será seu pediatra.
      Beijo muito carinhoso.

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