Sabemos que as família da atualidade são bem diferentes das gerações passadas, acabando por trazer a criança para o centro da família e não os pais ou cuidadores.
Quando nasce um filho, o casal se transforma em uma família e hoje, o sonho em gerar uma criança acaba trazendo àqueles novos pais, um amor tão sublime que por vezes, chega a ultrapassar alguns limites, que merecem atenção.
Você não imagina, quanto amor pode caber em uma palavra tão breve: NÃO
Muitas vezes, esta é a palavra que as famílias tem dificuldade em dizer. Algumas vezes, pela falta de tempo e convívio com seu filho, que pode gerar uma culpa. Outras, porque realmente acreditam que amar significa, dizer “sim”, sempre. Mas isto é um erro.
Colocar uma criança no mundo e NUTRI-LA de amor, carinho, atenção, educação, valores e respeito é bem trabalhoso, desta forma, alguns pais ao perceberem o primeiro sinal de dificuldade, acabam se rendendo a caprichos, manhas, comportamentos e permitem que esta criança mantenha-se no comando, em momentos cruciais como: hora da refeição, do sono, do banho, do passeio, do silêncio…
Segundo Dr. Aranha, pediatra, médico da família e consultor do blog, “As crianças de hoje sabem muito bem reivindicar o que querem, mas com certeza não sabem o que é melhor para elas, este papel sempre será dos pais e cuidadores.”
É chegada a hora, de tomarmos novamente as rédeas do comportamento da criança e da estrutura de nossas famílias em nossas mãos, para não cairmos no caminho sem volta de terceirizar todos os problemas e consequentemente, as soluções.
Nosso consultor, o odontopeditra e ortodontista da Clinica Tobias de São Paulo, Dr. Alexandre Rabboni comenta que, “Hoje em dia é muito comum receber famílias em meu consultório que terceirizam a maioria das questões de desenvolvimento de seus filhos, seja em relação a problemas dentários, educacionais, comportamentais e também alimentares. Quando na verdade, o primeiro passo para a solução de um problema está em suas próprias mãos, dentro de suas casas, nas mãos da própria família, e pode sim começar com uma palavrinha de três letras: Não.”
Já perdi as contas de quantas mamães e papais oferecem refrigerantes, doces, frituras e outros alimentos inadequados para a idade da criança, alegando que:
“Coitadao, ele está com vontade.”
“Só um pedacinho não vai matar, ele está salivando.”
“Um dia ele vai comer mesmo, então o que muda?”
Muda, muda TUDO! Devemos primeiramente entender que o primeiro sentido desenvolvido pela criança é o paladar, e tudo o que o envolve, boca, língua, nascimento dos dentes, fazem com as crianças à partir de 4 ou 5 meses levarem tudo o que vêem à boca.
Um pouco mais adiante, quando começam a provar e descobrir os sabores e as texturas, continuam por este caminho. Por isso, fica claro, que se uma criança o vir comendo ou bebendo algo, ela vai querer experimentar, mesmo que seja uma bebida alcóolica. Daí eu te pergunto, uma bebida alcoólica você daria para seu filho tomar?
Acredito que não. Sendo assim, entenda que seu filho tem a curiosidade do mundo, não pelo doce ou refrigerante, nenhuma criança “deseja”o que ela não conhece o gosto, mas se você apresentar precocemente, pode apostar que VOCÊ, está arriscando que seu filho prefira, deseje e se torne um refém de produtos como estes, pois o seu paladar estará condicionado a estes sabores.
Outra situação em que devemos relevar a palavra NÃO, é no poder de escolha.
Em minhas consultorias ou até em meu cotidiano com meus filhos, muitas vezes me deparo com algumas situações inusitadas, como: uma mãe, ao preparar o lanche da tarde de seu filho de 3 anos, perguntar a ele sobre três opções de preferência e ainda assim, ele escolhe a quarta.
O que esta mãe fez? Foi preparar a quarta opção, para resolver o “problema” e agradar a criança.
Sabemos que existe muito amor atrás de uma atitude como esta, mas também muito equívoco, que envolve a insegurança desta mãe. E ainda, acaba por acarretar outros tantos problemas em relação a como lhe dar com frustrações e negativas que o mundo reserva ao seu filho.
Mas o que deveria ser feito? Em primeiro lugar, uma criança não sabe o que é o melhor para ela, e dependendo de sua idade, não terá nem condições racionais de escolher entre muitas opções.
Dar a uma criança de 3 anos, as ferramentas para uma escolha entre três itens e ela ainda assim, escolher o quarto, por supostamente preferência, é no mínimo confuso, concorda?
Numa situação como esta, a mãe ou cuidador deveria ter todo controle e confiança em suas mãos, com muito amor e o mais importante segurança, oferecendo um lanche delicioso e nutritivo, dando até no máximo 2 opções, preparado com carinho e cuidado e dizer: Hora do lanche, meu amor… E pronto!
Se ele pedisse outra opção? A resposta seria, Hoje o lanche é este meu filho, outro dia a mamãe fará este outro. Vamos comer juntos? Está uma delícia!
Esta palavrinha mágica, está distribuída em diversas entrelinhas e ela precisa ser praticada.
“Dizer não também é sinônimo de amar”, comenta Dr. Aranha.
Quando damos uma negativa a criança, não significa que estamos negando algo bom à ela, mas sim, que estamos dando a ela a chance de escolher algo melhor ainda. Pois a amamos, nos preocupamos com o que é melhor para ela, cuidamos e zelamos por sua saúde, bem estar e desenvolvimento e o mais importante, respeitamos sua infância e sua fase de desenvolvimento.
Pense nisso! E conte para a gente!
Excelente!!!! ??????????
Muito boa matéria!
Que bom que gostou Mirian! A conscientização do poder do não no crescimento das crianças, é muito importante na formação dos valores e do respeito. Agradeço suas mensagens e por acompanhar o blog. Um beijo muito carinhoso!