Uma Pitada a Mais

Maternidade “Imperfeita”. A aceitação de um destino imprevisível.

08 de maio, 2016 - Postado por Juliana Avella

Logo-NutriFilhos_SAAEm 08 de maio de 2016 é celebrado neste ano, no Brasil, o Dia das Mães!

Em 09 de maio, como uma feliz e gentil coinscidência, o Blog NutriFilhos comemora 1 ano no ar.

Assim como a vida maternal, um ano foi suficiente para muitas descobertas, transformações, surpresas e sustos, mas acima de tudo, 1 ano de superação e aprendizagem.

Todos nós viemos a este mundo para trilhar um caminho, cumprir uma missão, evoluir como pessoa, como espírito. Seja em caráter religioso, espiritual ou outra crença, estamos aqui para viver e aprender, por isso, seria uma grande hipocrisia pensarmos em perfeição. A palavra seria aceitação!

Acredito de verdade, que o grande desafio da humanidade seja, aceitar o outro como é e não, como esperamos que o seja. Respeito ao próximo e sua individualidade pessoal, longe do material ou do “ideal”.

Por considerar meu blog um filho, imperfeito claro, assim como meus dois rebentos Cauã e Enzo e meu “filho de papel“- o livro  “Papinha sem Medo”, escolhi comemorar seu 1o aniversário com uma coletânea de “Histórias de Amor Materno” e este sim, Perfeito”.

Em cada umas das citações à seguir, você MÃE, descobrirá um pouco mais de você no outro, pitadas e avalanches de amor, dor, surpresas e transformações, que enlaçam esta linda sinergia que nos abraça, quando nasce um FILHO.

Participe desta “imperfeição” mágica e encantadora, assim como meu blog, que construo a cada dia, com erros e acertos, mas com todo amor de mãe que ele merece!

FELIZ DIA DAS MÃES & VIDA LONGA AO NUTRIFILHOS!

UM CORAJOSO E EMOCIONETE RELATO SOBRE DEPRESSÃO PÓS-PARTO.

Tinha certeza desde sempre que seria mãe!

E tudo aconteceu, gravidez planejada, com o papai dando toda segurança e a curtição já começou cedo, desde as primeiras batidinhas do coração do nosso filho.

Assim que nasceu, a insegurança invadiu minha vida, e com ela veio o diagnóstico de depressão pós-parto e, todo aquele amor que me disseram que eu iria sentir quando meu filho nascesse, não aconteceu!!! Eu me perguntava: – Aonde está esse amor?

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Eu não sentia nada por ele e minha culpa, me deixava ainda mais deprimida, no escuro, parecia que ele tinha tirado minha alegria de viver, que me tirou do trilho, não conseguia ir e nem vir e tudo ficou escuro,  por muitos meses, no escuro eu fiquei. A tristeza foi grande, não só para mim, mas para todos os envolvidos.

No entanto, quando tudo foi se encaixando novamente, a medicação funcionando, a depressão passando,  a mamãe começou a se aproximar, pegando-o no colo, fazendo as coisas sozinha com ele, decidindo suas roupas… O meu olhar e o meu amor vieram à tona, que emoção…. Observei cada pedacinho dele, senti seu cheirinho, e pensei comigo: – Eu o amo!!!!!

Aquele amor que todo mundo diz que sentimos quando temos um filho, para mim não foi imediatamente, chegou depois, mas me encheu de coragem e da garra que tenho até hoje! E terei para sempre, pois meu filho é a razão da minha vida.

E eu só tenho a agradecer a esse filho lindo que me esperou!!! Sim!! Ele me esperou aflorar, a sarar, sem dar um espirro, sem ter nenhuma “doencinha” de criança…. ele ficou ali, esperando minhas mãos, meus cuidados, minha voz para niná-lo, com todo meu amor.

Hilda Verônica Passareli, mãe de Felipe, 7 anos.

Não é fácil ser mãe, e superar a depressão pós-parto leva tempo, mas não é impossível. Por favor, lembre-se de que o que você sente, não vai embora somente porque você quer, você precisa ser muito criteriosa em sua recuperação, acreditando firmemente que você tem o potencial e a coragem para isso. – “Consejos para salir de la depresión pós-parto”, de Denhi Chaney.

A EMOCIONANTE HISTÓRIA DE ACEITAÇÃO DE UM FILHO DEFICIENTE.

Lembro-me de ter passado 9 meses carregando minha bebê no ventre, imaginando sua carinha, fazendo o pré natal direitinho, exames, enxoval e tudo o que uma mãe tem direito.

E no dia 06 de maio de 2014, nossa pequena veio ao mundo! Olho ela inteirinha. Dois braços, duas pernas, cabeça redondinha, choro forte…. algumas horas depois lá vem ela no quarto mamar. Tudo perfeito!

Eis que no dia seguinte do seu nascimento, recebemos a notícia que ela tinha falhado no teste da orelhinha e que o exame seria repetido no dia seguinte. Dia seguinte… Mesma coisa… 
Saí da maternidade com um ponto de interrogação na cabeça e uma bebê no colo.

Tudo era novo e desafiador! O jeito foi esperar o retorno. Enquanto isso, durante um mês inteiro vivi na ansiedade e angustia. A pior coisa que existe, é viver com dúvida. Ainda mais, quando se trata de sua filha.

Depois de um retorno e mais um exame, mais um resultado negativo! Meu Deus! Não consigo nem dizer por quantos médicos passamos! Só sei que chegamos em uma médica que nos tranquilizou um pouco, recomendando esperar até o 3o mes da Isabella, já que o quadro poderia ser revertido!
E assim o fizemos… Mas estava tendo copa do mundo no Brasil… O mundo caindo e minha filha dormindo! Meu coração ficava cada vez mais apertado!
Até que a nossa pequena completou os 3 meses e refizemos os exames! E ai, tivemos a confirmação: Sua filha é surda. Ela tem perda auditiva profunda bilateral!

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Meu mundo caiu! Não sabia quem eu era nesse dia! Como eu chorei! Meu Deus!!! Por que? Por que comigo? Por que com a minha filha? 

Passei pelo famoso luto!
Li que é muito importante passar por ele. É o momento em que temos que enterrar o filho que sonhamos e idealizamos na nossa cabeça e construir um novo. Não é fácil!

Como construir? Por onde eu começo? Como é? Quanto tempo dura? Quando vou aceitar o fato de ter uma filha deficiente?
Graças a Deus, temos uma linda família e amigos extraordinários, que nos apoiaram muito a seguir em frente!
Fomos lendo, aprendendo, escutando várias histórias diferentes e isso foi nos ajudando muito.
Existiam 2 caminhos: o da lamentação e o de “Colocar a mão na massa” e tocar o barco. Escolhemos a segunda.
Nossa maior e única inspiração, sempre foi a Isabella!
Antes dela completar 4 meses, ela já estava de aparelho auditivo! Começamos o tratamento fonoaudiológico nessa época! Pois é! Uma bebê de 4 meses fazendo fono! Nunca tinha imaginado isso!

De onde vinha tanta força e coragem? Do nosso amor!
Ela se comunicava com o olhar, com o toque, sorriso e balbucios.  

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Fomos ficando cada vez mais fortes. Mas não pensem que o caminho é fácil. Não é! O peso da deficiência fica sim, mais leve, no momento em que você aceita sua filha como ela é, mas por trás da surdez, existem muitas coisas e escolhas.

A oralidade, Implante coclear, 1 ouvido, 2 ouvidos, Libras, fono, exames… Escolhas… Várias escolhas, cada uma com o seu peso e uma baita responsabilidade.
Mas a escolha somos nós que fazemos! O objetivo sempre foi fazer o melhor para a nossa princesa!
O que eu garanto, é que ao longo dessa caminhada ganhamos força, coragem e muito aprendizado. Nunca perdemos a fé!!!
Em julho de 2015, com 1 ano e 2 meses de idade, minha filha recebeu o implante coclear bilateral e hoje, após alguns ajustes e maturidade auditiva, é capaz de ouvir e se comunicar com o mundo a sua volta.

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Mas não, os desafios não acabam por aí, afinal sou mãe de uma menina dinâmica, cheia de energia e muito arteira que ainda vai me dar bastante trabalho, começando pelos temidos – “Terrible Two”.

A verdade é uma só, caminhos são feitos de pedras e flores, para ultrapassarmos e colhermos em seu tempo.

E quem nos guia? A força do amor maternal e incondicional.

Danielle Sciarotta Gonçalves, mãe de Isabella, hoje com 2 anos de idade.

“A maior deficiência não está no corpo do deficiente físico, mas, na alma do preconceituoso.”Sebastião Barros Travassos

UM RELATO FORTE E EMOCIONADO SOBRE O LUTO E A VITÓRIA SOBRE O FILHO “IMPERFEITO”.

Eu não tive tempo de idealizar “o filho perfeito” que sempre sonhei em ter! Ele tinha apenas 2 aninhos quando foi diagnosticado com Síndrome de Asperger.  O que toda mãe deseja é que seu filho tenha saúde! Deus pegou bem leve, comigo! Pedro tem uma excelente saúde, física e mental, Graças a Deus! O risco de convulsão, comum no autismo, é baixíssimo, no caso do Pedro! Então, ótimo! Saúde perfeita!

Ainda não sei se terei que revisitar meus sonhos, ao passar pelo luto do filho idealizado! Meu sonho sempre foi apenas ser a mãe do Pedro e da Laura! Como poderia vivenciar um luto, com um filho lindo e saudável, como o meu? 

E o luto chegou sim, claro! Chegou e pesou sobre os meus ombros, meus sonhos, minha Paz! Porém, tudo passa! Os momentos bons da vida, também passam! Foi um ano para reavaliar meus conceitos e anseios! Um ano de pouca Paz, mas de muito amadurecimento e transformação! O melhor de tudo isso, é que aconteceu naturalmente e de verdade! 
Nunca fui uma mulher de Fé, pelo contrário! A roupa de pecadora sempre me caiu muito melhor rs! Porém, aprendi a acreditar sem contestar! Isso é ter Fé! Acreditar no meu filho, independentemente de suas respostas! Simplesmente, acredito por amar incondicionalmente!

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Deus escolhe nossos filhos e nos presenteia! Adotados, são sempre os Pais! Não importa o caminho que aquele ser percorreu, até chegar à sua verdadeira família! O que importa é que essa criança foi conduzida e entregue por Ele e para nós! Ele nos entrega uma Missão! Temos a responsabilidade, mas não temos o controle! Isso é desesperador, mas é a maior e mais profunda lição que a maternidade/paternidade nos ensina: não temos o controle de absolutamente nada!

Pedro tem evoluído muito bem. O trabalho é em conjunto!  O segredo é nunca deixar de acreditar que ele pode, ele sempre vai, ele sempre consegue, mesmo que mais devagar! Esse tempo lento, não me importa! Pois não é perda! 
O meu código de ética é com o meu filho! Eu, por várias vezes, já o ofendi! Já disse coisas das quais eu me arrependo! Já lhe dei uns puxões e já exigi dele além do que ele poderia me dar, naquele momento! Porém, à noite, quando vamos dormir, geralmente abraçados até que ele se acalme, nos perdoamos! Nos perdoamos, enquanto beijo a sua testa e o seu cabelinho perfumado! Aquele momento, ninguém vê! É só nosso!

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Claro que o cansaço chega e a exaustão nos invade e daí, a sociedade faz a seguinte leitura: nossa, o que aconteceu com ela? Era linda, gostosa, bem vestida, relaxada, meio doidinha… 
O que muitas pessoas não sabem é que existe uma imensa felicidade, apesar dessa exaustão! Pois há retorno! Um retorno tão precioso que me impulsionou à dar a volta por cima!  

Karina Desio, mãe dos gêmeos Laura e Pedro, 3 anos

A verdadeira deficiência é aquela que prende o ser humano por dentro e não por fora, pois até os incapacitados de andar podem ser livres para voar. – Thaís Moraes

“Crianças especiais são como borboletas. Têm o tempo certo de florescer, pôr as asas e sair do casulo” –  Isabel Fillardis, mãe de Jamal Anuar, portador da  Síndrome de West, um tipo de epilepsia que altera o desenvolvimento mental.

Gostaria de ficar aqui, contando mais lindas histórias de vida e recomeço como estas, que continuam a viver lindamente em suas casas e emocionando nosso mundo.

De um início difícil da maternidade até o luto do filho “perfeito”, estas Mães enterraram suas expectativas e permitiram, com toda sua força celestial, reinventar sua maternidade, aceitando seus filhos como únicos, perfeitos e sublimes presentes!

Assista neste vídeo, mais uma emocionante história de amor…

 

Nenhuma vida é perfeita, nenhum caminho é fácil, nenhuma mãe, nenhum filho, nenhum trabalho, nenhum passo que damos, está livre do erro, da queda, do abismo… Mas a certeza de que sempre teremos uma nova chance de recomeçar, de enxergar uma nova luz, uma nova janela se abrindo, é plena!

É por esta razão, por esta missão, que há um ano busco respostas, encontro perguntas e sigo caminhando e escrevendo formas, sabores e cores de MATERNAR E NUTRIR FILHOS por inteiro!

Para todas vocês mamães, vovós…. de todos os cantos do mundo, que acessam meu blog e se, de alguma forma contribuo para o seu dia a dia, dedico minha profunda e sincera admiração. Vocês são a luz da minha inspiração! Obrigada! – Juliana Avella

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Mãe,

O teu amor é a força que pode prolongar-me a vida. 
Sei que tu sofres ou já sofrestes, por eu não poder dar alegrias de uma criança “perfeita”, porém reconforta-me saber, que para as mães como tu, Deus reserva as alegrias celestiais.
Ser mãe é missão natural das mulheres. Ser mãe de alguém como eu, é missão que Deus só entrega a mulheres como tu.
Rogo a Deus que te abençoe, colocando nesta rogativa a força de gratidão de um filho que teve a felicidade de ter um anjo como mãe. – Fonte: Youtube

 

08 de maio, 2016
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