ALERGIAS E INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES.
Definitivamente este é um tema que vem tomando conta de toda a população, muitas vezes por vivenciá-lo e outras, por ouvir falar e não saber bem o que significa.
E nós do NutriFilhos, fomos atrás desta e de outras respostas que permeiam este universo, cada vez mais constante nas famílias do mundo todo.
Assista no vídeo abaixo, uma breve e esclarecedora explicação do Dr. Aranha, médico pediatra e consultor do blog.
A Antroposofia, mais uma vez chega na frente em todo este processo. Por ser uma linha de saúde preventiva, tanto na medicina como na alimentação, este tema é abordado no consultório médico mesmo sem ou antes dele existir.
Iniciando com os cuidados alimentares durante a gestação, o aleitamento materno, a introdução alimentar gradual e vagarosa de cada alimento, etc.
Utilizando àquele velho ditado popular:
“É melhor prevenir do que remediar”.
Mas é claro que, mesmo com tamanho cuidado que nós, mães, temos em relação aos nossos filhos e tudo o que os rodeia, muitas vezes não conseguimos evitar que eles desenvolvam algum tipo de intolerância ou alergia e por quê?
VEJA ALGUNS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA AUMENTAR ESTES QUADROS:
- Os alimentos que encontramos no mercado hoje em dia, não nos garante uma boa qualidade como antigamente, pela constante manipulação, transformação e intervenção do homem no próprio processo de criação e cultivo destes alimentos. Por exemplo: o trigo, a soja, o leite e os ovos que formam as bases de nossa pirâmide alimentar e são ao mesmo tempo, ingredientes constantes na fabricação de muitos alimentos, são os que apresentam a menor qualidade nos mercados.
- As verduras e os legumes com sua constante exposição aos agrotóxicos e venenos de combates às pragas, acabam se desenvolvendo estéreis até mesmo das bactérias benéficas ao nosso organismo, que contribuem por exemplo, para a formação e o fortalecimento do sistema imunológico das crianças;
- A preocupação excessiva com limpeza no universo que a criança habita, também é um fator relevante uma vez que, quando tornamos o ambiente em que a criança deita, pula, engatinha, corre, assim como seus pertences excessivamente limpos, bloqueamos o acesso dela às bactérias que farão com que seu organismo trabalhe para desenvolver melhor seu sistema de combate aos ‘invasores’.
Vamos colocar o sistema imunológico das crianças para trabalhar, MAMÃE!
- A exposição precoce a determinados alimentos e seus nutrientes, também podem desencadear uma sobrecarga no organismo e dar margem a tendências alérgicas, como por exemplo: os grãos antes dos 9 meses, leite animal antes os 12 meses, as leguminosas e solanáceas antes dos 18 meses, os ovos antes dos 24 meses, e a carne antes dos 36 meses. Cada um destes alimentos exigem de alguns órgãos, que ainda estão em fase de maturação no organismo do bebê, para digeri-los de maneira eficiente, assim, se sobrecarregarmos o organismo para a efetiva digestão dos mesmos, estaremos expondo nossos pequeninos a situações de combate a algo que, no tempo certo, seria bom. Veja o cardápio e explicação por idade nos posts: Bebês de 6 a 9 meses; Bebês de 9 a 12 meses ; Bebês de 12 a 18 meses; Bebês de 18 a 24 meses.
Os fatores acima citados estão envolvidos com a prevenção e o fortalecimento do organismo, para um bom desenvolvimento mas, cada bebê, cada criança, cada ser humano é único e a Antroposofia trata com o respeito e a individualidade que cada um merece.
Sendo assim, lembre-se que você deve primeiramente conhecer o seu filho, investigar seu corpo por dentro e por fora, antes de tomar alguma atitude, “pois se esta não for a questão do seu pequeno, de nada adiantará uma dieta restritiva a não ser retirar nutrientes importantes de sua alimentação” – comenta Dr. Aranha
“O que é alimento para um homem pode ser potente veneno para outro.” – frase do filósofo romano Lucrécio (96 a.C.-55 a.C.)
A Intolerância é causada por uma deficiência do organismo em metabolizar determinada substância, causando acúmulo e saturação, resultando em sintomas diversos. O tratamento é dado por meio de dietas especiais que eliminam o alimento que causa as reações.
Ela é diagnosticada por meio da cuidadosa análise dos sintomas, pois, no Brasil, ainda não existem testes específicos para detectá-la. Assim, sintomas como ganho de peso, irritabilidade, dermatites, constipação, diarreia, artrite, fadiga, dores de cabeça, síndrome do intestino irritável, entre outros, são relatados constantemente pelos portadores. – fonte: Instituto de Microecologia
fonte: www.intoleranciaalimentar.com
E a ALERGIA TARDIA? Que muitas vezes tem o diagnóstico também demorado e que aflige mamães e papais?
Muitas famílias podem conviver com um filho alérgico sem saber, mesmo porque, existe a chamada Alergia por Hipersensibilidade (Alergia Tardia) que expõem os sintomas de maneira mais branda e que também, se confundem com outras doenças, diferentemente da Alergia Clássica, que nos permite um diagnóstico mais evidente e preciso.
Acompanhe esta explicação clara e eficiente do IMUPRO, teste realizado pelo Instituto de Microecologia na Alemanha, que analisa 90, 180 ou 270 alimentos através de um exame de sangue:
As alergias alimentares do tipo III são principalmente mediadas pelo anticorpo IgG. Suas manifestações alérgicas são tardias e podem se iniciar muito depois do primeiro contato com o alérgeno. Pela dificuldade de diagnóstico das hipersensibilidades do tipo III muitas vezes são confundidas com outras doenças. Alergias mediadas por IgG são caracterizadas por reações inflamatórias.
A alergia clássica ocorre, como reação mediada por IgE , imediatamente após a ingestão do alimento. Ela leva a sintomas bastante conhecidas, tais como fortes reações cutâneas ou inchaços (p.explo. da língua), que são reconhecidas pelo pessoa como alergia alimentar. Responsável por desencadear estas reações é a liberação de aminas biogênicas. Os anticorpos IgE não são relevantes na análise da alergia alimentar do tipo III, pois no teste ImuPro 100, por exemplo, são analizados somente os anticorpos G.
O sistema imunológico do intestino é o maior e o mais importante de todo o organismo. Mais de 80% das reações imunológicas tem sua origem no intestino. Ele garante uma barreira quase intransponível contra bactérias, vírus e outros agentes patogênicos, assim como, contra proteínas estranhas de alimentos. Nutrientes têm uma tolerância extraordinária se houver a condição certa, ou seja, se são digeridos corretamente e que passam a mucosa intestinal intacta na forma prevista, ou seja, atráves das células do intestino. Neste caso se fala de tolerância oral.
fonte: www.intoleranciaalimentar.com
No entanto, a integridade desta parede intestinal é muitas vezes danificada por medicamentos, infecções, micoses, estresse e toxinas ambientais, permitindo assim a entrada de fragmentos de nutrientes entre as celulas.
Estes fragmentos são reconhecidos pelo sistema imunológico que produz anticorpos contra a substância estranha. Ao ingerir este alimento regularmente ocorrem reações imunológicas repetitivas que levam a inflamações crônicas. A experiência demonstra que na maioria dos casos são os alimentos ingeridos diariamente que causam as alergias tardias.
ATENÇÃO AOS PERIGOS E FATORES DE RISCO:
- Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia – O corante artificial tartrazina (FD&C amarelo#5), sulfitos e glutamato monossódico são relatados como causadores de reações. A tartrazina pode ser encontrada nos sucos artificiais, gelatinas e balas coloridas enquanto o glutamato monossódico pode estar presente nos alimentos salgados como temperos (caldos de carne ou galinha). Os sulfitos são usados como preservativos em alimentos (frutas desidratadas, vinhos, sucos industrializados) e medicamentos tem sido relacionados a crises de asma em indivíduos sensíveis.
- Estudos indicam que de 50 a 70% dos pacientes com Alergia Alimentar possuem história familiar de alergia. Se o pai e a mãe apresentam alergia, a probabilidade de terem filhos alérgicos é de 75%.
- Aproximadamente 85% das crianças perdem a sensibilidade à maioria dos alimentos (ovos, leite de vaca, trigo e soja) que lhes provoca alergia alimentar entre os 3-5 anos de idade. O teste cutâneo permanece positivo apesar do aparecimento da tolerância ao alimento. A sensibilidade ao amendoim, nozes, peixe e camarão raramente desaparece.
- Em alguns casos, principalmente nas crianças, a exclusão rigorosa do alimento parece promover a diminuição da alergia. O alimento deve permanecer suspenso por aproximadamente 6 meses. Após este período o médico especialista poderá recomendar uma reintrodução do alimento e observar os sintomas. Se o indivíduo permanecer assintomático e conseguir ingerir o alimento, o mesmo pode ser liberado. Caso ocorra qualquer sintoma, a dieta de eliminação deve ser mantida.
- Pensa-se que pelo menos 5 em cada 100 crianças sofram de alergia alimentar, e que nos adultos a prevalência seja mais baixa, entre 3 a 4%. (in DGS 2012) – fonte: http://intolerancialimentar.com
- A demora em detectar uma alergia alimentar pode causar problemas graves. “Nas reações mais imediatas, algumas alergias causam sérios problemas, como o choque anafilático, que é mortal se não for imediatamente tratado. Em outros casos não detectados, a alergia começa a danificar o aparelho digestivo da criança, podendo causar quadros de desnutrição prolongada e alterações corporais como queda de cabelo, problemas de pele, entre outras coisas”, alerta a Dra. Renata, pediatra e alergista do Hospital Albert Einstein.
COMO CONVIVER COM A ALERGIA?
Felizmente, com o crescimento dos casos de alergia e intolerância, tem aumentado o número de ofertas de alimentos e produtos com este perfil, melhor ainda é saber que em sua grande maioria, além dos ingredientes diferenciados, muitos deles são desenvolvidos com produtos orgânicos, que enriquecerá ainda mais a dieta da pessoa com determinadas restrições, fortalecendo seu organismo.
FIQUE ATENTO AO RÓTULO. Hoje em dia, os produtos sem glúten são facilmente achados nas prateleiras dos mercado, porém muitas vezes ainda podem conter traços de leite, ovo em pó ou derivados de outras substâncias alergeneas. Por isso, tenha em mente o que seu filho não pode ingerir e fique atento as descrições nos rótulos. Veja abaixo alguns símbolos muito usados para identificar tais componetes.
Uma boa dica para crianças que tem alergia a glúten, leite e ovos, é buscar os produtos veganos. Diferentemente dos vegetarianos , nos produtos veganos, além da isenção da carne, não encontraremos nenhum componente proveniente de animais, como leite e ovos.
ALTERNATIVAS SABOROSAS PARA O DIA A DIA COM ALERGIA:
Se você tem um filhote com alergia a componentes muito utilizados nos alimentos em nossa cultura, não se desespere, existem algumas saídas possíveis para deixar as refeições e os lanches do seu pequeno bem nutritivos e saborosos!
Alternativas para pães – Tapioca, pães caseiros sem glúten feitos com farinha de grão de bico que dispensa ovos, torradas e bolachas naturais da linha Schar, são uma boa pedida.
Alternativa para grãos – o cardápio de uma criança alérgica não pode ficar só no arroz com feijão, certo? Por isso, procure variar com milho, através de cuz-cuz ou preparados de tortas e panquecas, trigo sarraceno e o painço, que pode ser cozido como arroz e fica uma delícia. Você encontra na Zona Cerealista.
Combine os grãos aos diferentes tipos de leguminosas e outras fontes de proteínas que ele possa ingerir.
Alternativas para massas – Os produtos da linha sem glúten da Barilla e da Reserva Mundi, são veganos, muito gostosos e nutritivos.
Alternativas para bolos – O preparado de chocolate da Mundo Soy é simplesmente delicioso e para não usar ovos, substitua pelo preparado de linhaça hidratada: 1 colher de farelo de linhaça dourada para 2 colheres de água.
Salgados e guloseimas – Para quem estiver em São Paulo, vale a visita na padaria Sabor de Saude, eles tem coxinhas, pãezinhos, bolinhos de carne e até brigadeiros que não levam estes ingredientes e são bem saborosos. Sem contar toda a linha da Sabor Vital, de cookies doces, biscoitinhos salgados, farinhas e granolas. Os deliciosos da ChocoSoy, são também uma delícia!
Lembrando sempre de consumir guloseimas com moderação, com ou sem alergia!
O mais importante de tudo, é não fortalecer a ideia que seu filho tem um problema, mas que ele é diferente e especial. As crianças tem uma capacidade de adaptação ao novo, muito maior do que nós adultos por isso, não torne a alergia ou a intolerância de seu filho, maior do que ela é. Muitos dos traumas e dificuldades de superação das crianças, somos nós que trazemos não eles.
Aliás, uma dieta variada e balanceada é sempre bem vinda para toda a família! É claro, que você não deve deixar de ingerir um nutriente ou um alimento em virtude da alergia de seu filho, mas mesclar com a sua dieta, trará benefícios para todos, além de uma dose extra de segurança para seu (sua) pequeno (a) guerreiro (a). Pense nisso!
Escrito por Juliana Avella, o Blog NutriFilhos traz a seus leitores um novo olhar sobre alimentação infantil e todo o universo do nutrir na rotina familiar, desde os primeiros meses de vida.
